Dentro desse contexto do usuário como produtor de conteúdo e influenciador social, o termo capital social surge como o valor que cada nó, isto é, cada indivíduo adquire por meio das redes sociais a que pertence. A definição de capital social é composta por uma série de valores gerados a partir da perpeção que um grupo de usuários cria de outro determinado usuário.
Entre esses valores podemos destacar a visibilidade, reputação, popularidade e autoridade. A visibilidade é percebida através da presença online de cada indivíduo, onde a consistência e eficiência da interação será um fator determinante para a popularidade de um usuário. A partir do relacionamento criado, esse usuário passará a ter uma audiência “fiel”.
Quando falamos em autoridade e reputação, estes elementos são definidos a partir das impressões e conteúdos compartilhados por determinado usuário. Perceber as redes sociais como uma forma de ampliar sua rede de contatos e compartilhar conteúdos úteis e relevantes, pode transformar indivíduos anônimos em referências no ambiente digital, e claro, grandes influenciadores.
A questão do capital social muitas vezes é vista somente no aspecto usuário X usuário, porém, dentro desse cenário as marcas também precisam ter a preocupação e principalmente um planejamento direcionado a percepção que o seu público está construindo sobre ela. Muitas empresas buscas incansavelmente criar dentro das redes sociais um ambiente de interação e engajamento com o seu público, no entanto, boa parte das empresas não entenderam que like e compartilhamento não significam interação.
Se sua empresa é daquelas que adora criar promoções e imagens pedindo para curtir e compartilhar para participar, gostaria de compartilhar alguns pensamentos com você. Ressalto que este post não tem por objetivo ser entendido como verdade absoluta acerca de um tema tão vasto como capital social e engajamento, meu objetivo é apenas expressar meu ponto de vista. Voltando ao assunto. O curtir e compartilhar se tornou algo tão automático e impessoal, que ao meu parecer, não pode mais ser visto como um indicador de interação.
Vejo todos os dias empresas de diversos segmentos que se limitam a alimentar a página de suas empresas com imagens engraçadas, frases, etc. Conteúdo que é bom, nada. Você pode dizer: “Quando eu posto conteúdo, ninguém curte”. Penso que o grande problema , é que de um modo geral, quando algo não dá certo de primeira, as pessoas simplesmente desistem e partem para aquilo que já é “certo”. É exatamente nesse aspecto que a palavra “inovação” fica totalmente esquecida.
O foco desse post não é exatamente falar sobre essa questão de compartilhamentos e gerenciamento de mídias sociais, para quem tem interesse sobre o assunto fiz um post falando sobre a questão das páginas do Facebook e algumas dicas.
Voltando para a questão do capital social, usuários e marcas, se faz necessário falar acerca do grande responsável pela criação do capital social que é o conteúdo. Quando falo sobre conteúdo, não posso deixar de citar o marketing de relacionamento, isto é, a criação de um relacionamento com seu público a partir do conteúdo produzido pela sua marca.
O marketing de relacionamento, por diversas vezes tem sido rotulado como uma tática meramente operacional, ou seja, atividades como “mala direta”, mensagens “personalizadas”, etc. Quando existe uma coleta de dados, ou seja, uma pesquisa acerca das percepções de um público alvo com relação a sua marca, se torna possível identificar qual o valor, isto é, o capital social de uma marca. Após essa coleta de dados é feita uma análise, onde muitas vezes o resultado não é tão positivo. Explico.
Muitas vezes as marcas definem um determinado planejamento para ser perpebido pelo mercado como uma empresa “especialista” em determinado serviço, porém, ela não foi capaz de criar um capital social no qual a percepção do seu público fosse de encontro com o que havia sido planejado. Traduzindo, uma empresa se propõe em ser especializada em marketing digital, porém, o seu público a reconhece como uma empresa “engraçada” que compartilha conteúdo engraçado.
Um passo básico dentro do planejamento nas mídias sociais, consiste exatamente em definir qual será o posicionamento da empresa dentro do ambiente online, isso envolve desde as técnicas de abordagem, até mesmo o conteúdo que será compartilhado. Todos esses elementos precisam ser totalmente pensados e direcionados para o público alvo presente naquele ambiente.
Porém, muitas vezes uma posicionamento feito de maneira errada, acaba atraindo um público que não é o público da sua empresa. Resultado: não existe um relacionamento verdadeiro, apenas uma “maquina de compartilhamentos” sem valor agregado. As marcas precisam entender que o objetivo delas nas redes sociais deve ser gerar relacionamento com o seu público e aumentar a percepção de valor acerca da marca. E ao meu ver, a maneira mais relevante de cumprir essa missão, consiste em apresentar um conteúdo útil e personalizado.
Não deixe que o “sucesso” de uma página seja uma foto muito compartilhada, ou uma frase engraçada. Isso é legal, bacana, porém, não deve ser o foco. O sucesso de uma página deve ser medido a partir da criação de um relacionamento que gere resultados para a empresa, seja na percepção de valor de marca por parte dos consumidores, ou a influência direta no volume de vendas. Isso mesmo, vendas. Ou você acha que não é possível a partir do relacionamento criado nas das redes sociais gerar vendas?
Conversaremos mais sobre isso.
E vocês o que acham desse assunto?
Abraço!